Quem é George Santos, o ex-deputado dos EUA filho de brasileiros que foi sentenciado a 7 anos de prisão
25/04/2025
(Foto: Reprodução) Ex-congressista republicano havia se declarado culpado por fraude e falsidade ideológica. George disse estar profundamente arrependido, mas alega que a pena é severa demais. Ex-deputado republicano George Santos na frente do Capitólio
J. Scott Applewhite/AP
Condenado nesta sexta-feira (25) a sete anos de prisão, George Santos, de 36 anos, é filho de imigrantes brasileiros e foi deputado no Congresso dos Estados Unidos pelo Partido Republicano.
Ele foi o primeiro republicano abertamente gay eleito para o Congresso dos Estados Unidos, após vencer nas eleições em 2022.
Em dezembro de 2023, foi cassado após ser acusado na Justiça de uma série de crimes e irregularidades, desde mentir sobre seu currículo ao uso ilegal de dinheiro de campanha.
Logo depois, revelou-se que o então desconhecido político havia mentido sobre grande parte de sua trajetória, apresentando-se como um empresário bem-sucedido que havia trabalhado em prestigiadas empresas de Wall Street e possuía um valioso portfólio imobiliário.
Em uma carta ao tribunal nesta semana, Santos afirmou estar “profundamente arrependido” por seus crimes, mas disse que a pena proposta pelos promotores é severa demais.
Caso na Justiça
5 pontos sobre George Santos, deputado que mentiu e se tornou alvo de acusações nos EUA
A queda política de Santos começou quando a imprensa norte-americana revelou que grande parte de sua biografia divulgada durante a campanha eleitoral era falsa. Nas eleições de 2022, ele se apresentava como um empresário de sucesso formado em universidades renomadas.
Ele se declarou culpado em 2024 por fraude eletrônica federal e falsidade ideológica. Santos admitiu ter enganado doadores e roubado a identidade de uma dezena de pessoas, incluindo membros de sua própria família, para financiar sua campanha vitoriosa. Como parte de um acordo judicial, o ex-deputado concordou em pagar cerca de US$ 580 mil em multas, além de cumprir pena de prisão.
No início deste mês, promotores dos Estados Unidos pediram que Santos seja condenado a pelo menos sete anos de prisão pelas acusações federais de fraude e roubo de identidade.
A Procuradoria do Distrito Leste de Nova York argumentou que uma sentença severa era necessária, pois os "crimes sem precedentes" do ex-deputado "ridicularizaram" o sistema eleitoral do país.
Os promotores também afirmaram que Santos foi "arrogante e desafiador" por anos, chamando a investigação de "caça às bruxas" e se recusando a renunciar ao Congresso mesmo depois que suas mentiras foram expostas.
Eles disseram ainda que as alegações de arrependimento do ex-deputado, "soam vazias" e sugeriram que ele tem uma "alta probabilidade de reincidência".
Drag queen e perfil internet
George Santos volta a aparecer como Kitara Ravache
Quando as acusações contra George Santos ganharam repercussão nos Estados Unidos, o passado do então congressista logo passou a ser vasculhado. Em 2023, a imprensa norte-americana noticiou que o deputado se montava como a drag queen Kitara Ravache quando vivia no Brasil.
Em um vídeo ao qual o Fantástico teve acesso, George aparece com um vestido vermelho dançando em cima de um trio elétrico durante a Parada Gay de Niterói, em 2007. À época, o deputado negou que se montava como drag queen e disse que a pessoa nas imagens não era ele.
Em maio de 2024, após ter sido expulso do Congresso, George publicou um vídeo na internet como Kitara Ravache. Na gravação, afirmou que, após "18 anos no armário", estava de volta. O ex-deputado também passou a vender vídeos personalizados em uma plataforma usada por celebridades. Cada gravação custava R$ 99.
Ainda em 2024, George anunciou que havia criado um perfil no site de conteúdo adulto OnlyFans. Depois, disse que não publicaria fotos eróticas e que havia feito a conta "apenas para agitar as coisas".
Mais recentemente, o ex-deputado passou a comandar um podcast chamado Pants On Fire with George Santos (Calças em Chamas com George Santos, em tradução livre).
Em um episódio que foi ao ar neste mês, ele afirmou que continuaria apoiando o presidente Donald Trump mesmo que ele atirasse em alguém aleatoriamente.
"Trump pode ir para a Quinta Avenida [em Nova York] agora mesmo e atirar em alguém, e isso não mudaria meu apoio a ele, porque eu provavelmente acharia justificável", disse.
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